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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Valor: Venda de imóveis até setembro confirma queda contínua

A combinação de restrições de crédito, baixa confiança do consumidor e dos atuais níveis de emprego e renda pressiona o volume de rescisões de vendas e desestimula lançamentos. [...] Em oito meses, a retração acumulada é de 37,5%, para 8.007 unidades na cidade de São Paulo, segundo a Embraesp. As vendas acumulam queda de 26,1%, para 9.100 unidades até agosto, de acordo com o Secovi­-SP

Em um ambiente de distratos elevados e dificuldade de redução de estoques, os números consolidados de lançamentos e vendas líquidas das incorporadoras de capital aberto de janeiro a setembro tendem a ser inferiores aos do mesmo período do ano passado. A combinação de restrições de crédito, baixa confiança do consumidor e dos atuais níveis de emprego e renda pressiona o volume de rescisões de vendas e desestimula lançamentos. 

As prévias já divulgadas apontam lançamentos de R$ 7,2 bilhões, pouco acima dos R$ 7 bilhões dos nove meses de 2015. As vendas também ficaram no patamar de R$ 7 bilhões ­ uma queda de 13,3% na comparação anual. Por enquanto, Cyrela, Direcional Engenharia, Even Construtora e Incorporadora, EZTec, Gafisa, MRV Engenharia e Rodobens Negócios Imobiliários (RNI) informaram lançamentos e vendas até setembro.

Ainda não são de conhecimento público os lançamentos e vendas que tendem a apresentar desempenho ruim, como os números de PDG Realty, da Rossi Residencial e Viver Incorporadora, companhias que estão entre as mais alavancadas do setor.

No terceiro trimestre, as sete incorporadoras mencionadas lançaram R$ 2,43 bilhões, 4,3% acima do mesmo período do ano passado. As vendas líquidas caíram 10,4%, para R$ 2,46 bilhões.

Quedas e mais quedas
Dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) apontam lançamento de 1.177 unidades em agosto, na cidade de São Paulo, com redução de 39,6% na comparação anual. Em agosto, as vendas de imóveis residenciais novos caíram 32,9% na capital paulista, para 1.078 unidades, na comparação anual, segundo dados do Secovi­SP, o Sindicato da Habitação.

Em oito meses, a retração acumulada é de 37,5%, para 8.007 unidades na cidade de São Paulo, segundo a Embraesp. As vendas acumulam queda de 26,1%, para 9.100 unidades até agosto, de acordo com o Secovi­-SP.

Lançamentos e vendas para o segmento de baixa renda e abrangência nacional da atuação dos associados da Abrainc explicam a discrepância entre os números apresentados pela entidade com os do Secovi­-SP, limitados a São Paulo. O diretor da entidade, Luiz Fernando Moura, ressalta que há poucos negócios na capital paulista destinados ao segmento econômico.

O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida é financiado com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que sofreu menos restrições do que o crédito para imóveis das rendas média e alta. Isso faz com que o desempenho operacional dos empreendimentos focados na baixa renda tenha sido superior ao dos demais.

Recuperação judicial
Levantamento da consultoria Olímpia Partners e da Integral Real Estate cita que, diante da combinação de excesso de estoques e crescimento dos distratos frente à restrição de crédito, aos juros elevados e ao crescimento do desemprego, o Índice Imobiliário da Bovespa (Imob) teve valorizou apenas 32% de setembro de 2015 a agosto deste ano, enquanto o Ibovespa subiu 46%.

Em 29 de setembro, a relação entre valor de mercado e patrimônio líquido da MRV era de uma vez, da EZTec de 0,9 vez e da Cyrela, de 0,7 vez, conforme dados citados no estudo da Olimpia Partners e da Integral Real Estate.

Incorporadoras que figuram entre as que possuem as maiores dificuldades financeiras, ­ PDG e Rossi ­ tinham relação entre valor de mercado e patrimônio líquido de 0,1 vez.

Para as incorporadoras mais endividadas, o impacto das dificuldades operacionais é maior. Isso resultou, no caso da Viver, no pedido, em meados de setembro, de recuperação judicial, suscitando o questionamento se outras empresas do setor também seguirão esse caminho. Há risco de a PDG pedir recuperação judicial nas próximas semanas.

(Valor Online - Empresas - 03/11/2016)

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2 comentários:

  1. A abertura de capital das incorporadoras era fadada ao insucesso, pois a base de sustentação, vendas na planta, era frágil não existe em lugar nenhum do planeta exceto no Brasil.

    Daí observa-se o início do desmonte que estamos a assistir.

    O pior está por vir!!!

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  2. Resumindo, o cenário há oito meses era péssimo. Houve retração de mais de 30% em cima desse cenário que já era péssimo. Cabe ressaltar que são dados feitos em cima de informações que não retratam a realidade exata, ou seja, a retração é ainda maior do que a divulgada.
    Considero a reportagem útil, mas é mais uma que desvia da principal razão dessa crise imobiliária que são os valores incompatíveis praticados hoje.

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