A lenta retomada do setor imobiliário, aliada à resistência do consumidor
em assumir dívidas longas, gera uma situação inédita no mercado de crédito para
a compra da casa própria: vão sobrar mais de R$ 100 bilhões em recursos para
financiamento, entre esse ano e o próximo ano, segundo estimativa da Associação
Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Essa montanha de recursos ociosos é reflexo do ritmo lento de recuperação
da economia, que, por consequência, emperra a venda de imóveis. Ao mesmo tempo,
a poupança, de onde sai parte dos recursos usados pelos bancos nos empréstimos
imobiliários, voltou a registrar no primeiro semestre, após quatro anos, um
volume maior de depósitos do que de saques.
“Teremos nos próximos dois anos,
uma liberação de recursos da ordem de R$ 239 bilhões. O financiamento imobiliário,
na melhor das hipóteses, vai chegar a R$ 125 bilhões. Ou seja: vão sobrar R$
114 bilhões no sistema inteiro”, calcula o presidente da Abecip, Gilberto
Duarte.
O dinheiro que os bancos emprestam para financiar a casa própria vem,
sobretudo, da poupança. As instituições usam cerca de 65% do que é aplicado na
caderneta com o crédito imobiliário. A segunda fonte é o Fundo de Garantia de
Tempo de Serviço (FGTS), recolhido de quem tem carteira assinada.
Durante os anos de pujança, antes da recessão, os empresários do mercado
imobiliário chegaram a defender a necessidade de se buscar fontes alternativas
de recursos para suprir a demanda por crédito.
Consumidor não é beneficiado
A disponibilidade recorde de recursos, no entanto, não
beneficia diretamente o comprador de imóvel neste momento. Segundo Duarte, se
as perspectivas para a economia fossem positivas, a consequência seria uma
redução da taxa de juros por parte dos bancos. Com o cenário de incerteza, o
movimento tende a ser o oposto. “Como os financiamentos podem durar mais de 30
anos e a previsão é de que os juros subam lá na frente, ninguém quer baixar
mais”, diz.
Nos últimos dois anos, os bancos já vinham reduzindo os juros do crédito
imobiliário, acompanhando o movimento de queda da Selic, a taxa básica de juros
da economia, que passou de 13,75% no fim de 2016 para 6,5% ao ano. A disputa
por clientes nesse segmento também aumentou, principalmente entre os bancos
privados que aproveitaram o recuo da Caixa Econômica Federal.
Para Feliciano Giachetta, da FGI Negócios Imobiliários, houve uma leve
melhora para o consumidor. “Quem comprova que está apto para financiar consegue
o dinheiro. Há três anos, o banco levava 90 dias para liberar o financiamento.
Hoje, um crédito sai em 45 dias. O que segura o consumidor hoje é mesmo a
incerteza.”
Pesa o fato de as perspectivas para o desempenho do Produto Interno Bruto
(PIB) terem piorado. O mercado tem relação direta com o andar da economia:
quando ela vai bem, as pessoas têm mais renda, ficam otimistas e compram mais casas.
A despeito de as expectativas para expansão do PIB neste ano terem caído
praticamente pela metade, os bancos mantêm as projeções para o crédito
imobiliário. O volume de financiamento deve subir 15%, totalizando R$ 116
bilhões, considerados os empréstimos com recursos da caderneta de poupança
(SBPE) e do FGTS, de acordo com projeções da Abecip.
(Portal Estadão - Notícias - Geral - 18/07/2018)
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essa noticia é mais velha que andar pra trás
ResponderExcluirsempre sobrou crédito obrigatorio no BR já que por lei a poupança e o fgts são direcionados.
O que falta, o que sempre faltou, é renda pra assumir dívida.
Malemá a renda paga os gastos costumeiros, sendo 17% da pop. se endivida para pagar conta mensal de agua e supermercado, outros 20% acham que limite de cartão de crédito é renda, entre outras bizarrices.
digo e provo, ver: https://www.valor.com.br/financas/5695521/familias-fazem-dividas-para-cobrir-orcamentos
Aqui a burrice impera: Fazem dívidas prá pagar dívidas,...por isso que prefiro: Paguem meus juros.
ResponderExcluirCrise não,estamos depressão econômica sim... e afundando mais e mais...
ResponderExcluir"Haverá dinheiro mas Ninguém que possa pegar emprestado"
ResponderExcluiresse é o resultado óbvio de um governo gordo feito um rei Momo e um povo f*dido esfarrapado feito uma etiópia na seca. Ambos doentes.
13 milhoes desempregados + 37 milhoes na informalidade= 50 milhoes , FIM chegou....
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